Se um apresentador, youtuber, político, ou pastor quiser ganhar seu público no Brasil, não existe nada que cause mais empatia do que dizer “nasci pobre”, “estudei em escola pública a vida inteira”, ou “passei necessidade até chegar aqui.” É bom celebrarmos histórias de superação, mas o problema é quando ser pobre é quase um pré-requisito para ser respeitado. Por que nós brasileiros romantizamos e idealizamos tanto a pobreza? A pobreza é uma virtude a ser celebrada? É isso que eu quero conversar com você neste texto.
Não quero entrar no extremo de idealizar a cultura americana, nem me prender num “complexo de vira-lata*”, mas uma das grandes diferenças entre os EUA e o Brasil é a forma que o povo enxerga a riqueza. Enquanto os americanos costumam admirar a riqueza, o brasileiro costuma demonizá-la, como se ela fosse um pecado, sinônimo de má-índole, ou resultado de um crime pregresso. Longe de fazer uma análise completa desse tema complexo, quero fazer algumas reflexões com você, e afirmar com convicção, por mais polêmico que esse tema possa ser: Pobreza não é uma virtude! Pobreza não é uma bênção! E precisa ser combatida.
Nossa cultura se identifica com a pobreza por diversos motivos, e o mais óbvio deles é que uma boa parte nossa população é pobre: Segundo o IBGE, mais de 1/4 dos Brasileiros é pobre, e mais de 7% vive em extrema pobreza. São mais de 13 milhões de pessoas que sobrevivem com menos de 140 reais por mês. Mas quando eu vejo uma escola de samba no Rio mostrar um Jesus pobre, negro, da periferia, e quando eu vejo muitos crentes, uns por não entenderem nada de Bíblia, outros por serem mal-intencionados mesmo, dizendo que ele é ‘nosso Jesus’, o ‘Jesus do povo’, eu me sinto na responsabilidade de falar sobre outros dois motivos dessa cultura da “exaltação da pobreza” que acontece no Brasil: O motivo Político, e o Religioso.
Eu vou começar com o religioso. O tema da pobreza sempre foi uma causa central do Evangelho. Tanto o livro de Deuteronômio quanto o próprio Jesus afirmaram que “sempre haverá pobres na terra” (Dt 15:11; Jo 12:8). A pobreza na terra é uma consequência do pecado, e só será completamente eliminada com o estabelecimento do Reino de Cristo na terra, em Sua vinda. Está associada a uma maldição, e não uma virtude. Temos, como cristãos, um dever de ajudar os pobres, mas não de ter simpatia com a pobreza. Se a pobreza fosse uma bênção, toda vez que você desse algo a um pobre, estaria fazendo um mal a ele. Pode ter certeza que se o dinheiro por si só te afastasse de Deus, o diabo te daria um aumento todo mês. Olhem o desejo de Deus para nossas vidas:
“Assim, não deverá haver pobre algum no meio de vocês, pois na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes está dando como herança para que dela tomem posse, ele os abençoará ricamente”. Deuteronômio 15:4. Essa não é a afirmação de um Deus que vê beleza na pobreza, e é impossível fazer uma leitura honesta desse versículo e não associar a bênção à riqueza. A bênção de Deus não envolve apenas riqueza, mas a riqueza faz parte dela. “A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores“. Provérbios 10:22.
Eu não estou afirmando aqui que todo cristão deve morar numa mansão e dirigir uma ferrari, mas a vontade de Deus é que todo cristão prospere. Não deve haver nenhum pobre em nosso meio! E antes de alguém cortar um trecho isolado deste artigo e afirmar que estou fazendo uma mensagem contra os pobres, deixe eu me fazer ainda mais claro: A vontade de Deus para todo pobre é que Ele obedeça os princípios da palavra e prospere, inclusive financeiramente.
“Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma”. 3 João 1:2. Uma mentalidade que glorifica a falta não pode prosperar! Não existe nada de belo na pobreza em si, e nem nada de feio na riqueza em si. Não tenha medo de ganhar dinheiro, de enriquecer, e nem sinta culpa por querer prosperar. A primeira coisa que você deve fazer para ajudar os pobres é não ser mais um deles. Apesar de não poder citar tudo num texto curto como esse, todas as passagens Bíblicas usadas para exaltar a pobreza são resultado de má interpretação, seja por inocência, seja por má-intenção. Mas a quem interessa hoje manter o povo pobre?
Poucas palavras tem sido tão atacadas no meio evangélico brasileiro quanto a palavra Prosperidade. Teologia da Prosperidade virou quase sinônimo de charlatanismo em alguns meios, e até alguns pastores que acreditam nela preferem usar outros termos, para não serem excluídos de certos círculos ministeriais. Pesquise você mesmo no Google, no Youtube, e nas redes sociais, e você vai encontrar um elemento comum a 90% dos críticos da mensagem de prosperidade. São em sua maioria canais de calvinistas, que usam nomes que parecem defender o Evangelho, mas na verdade vivem de ataques a igrejas e pastores, são inimigos do movimento pentecostal, e negam os dons do Espírito Santo. O mais curioso vem agora: são na maioria de classe média e alta, desfrutam de muita prosperidade, e apesar de historicamente Calvino ter uma conexão com o Capitalismo, a grande maioria desses calvinistas modernos é adepta ou simpatizante da Teologia da Missão Integral.
O que é essa TMI? Sem me alongar demais, nem tornar o texto muito complicado, é uma tentativa de misturar o Marxismo e o Socialismo na Doutrina Evangélica. É fruto de uma teologia liberal, que é humanista e nega o sobrenatural. É um outro Evangelho (Gl 1:8): o nome “evangelho” permanece, mas sua essência é removida. Usam algumas palavras do cristianismo, e misturam a outras do pensamento marxista, como “justiça social”, “tolerância”, “combate às desigualdades”, e “direitos humanos”, para avançar com sua agenda política, mesmo que precisem corromper a mensagem de Cristo. É a versão evangélica da Teologia da Libertação, criada no meio católico da América Latina para dar um verniz religioso aos movimentos de esquerda. E ao combater os neopentecostais, esses “defensores do Evangelho” acabam sendo destruídos aos poucos pelo seu verdadeiro inimigo: O Evangelho Progressista.
Este “Evangelho Progressista”, na minha opinião, é o maior inimigo atual do cristianismo brasileiro: Fala de “proteção à mulher” quando na verdade quer destruir o conceito bíblico de masculino e feminino. Fala de “combater o preconceito” quando na verdade defende práticas sexuais claramente condenadas pela Bíblia. Fala de “saúde reprodutiva” quando na verdade defende o assassinato de seres indefesos no ventre de suas mães. Esse Evangelho Progressista destruiu parte dos cristãos históricos nos EUA, oficializando o casamento homossexual em muitas denominações, e também transformou muitas igrejas da Europa em boates e restaurantes. A maior arma contra o Evangelho é introduzir no seu meio um falso evangelho. O joio já está no meio do trigo brasileiro.
Por mais que a suposta elite intelectual progressista não admita, o maior empoderamento às populações carentes no Brasil não veio dos programas gigantescos do governo, geridos de forma corrupta e ineficiente por um Estado caro e com vontade de cobrar ainda mais impostos. A maior emancipação dos oprimidos não veio de um partido político, nem de um movimento social, mas veio das igrejas neopentecostais, especialmente as que pregam a tão criticada teologia da prosperidade. Elas invadiram as periferias do Brasil e fizeram milhões de pessoas abandonarem os vícios, buscarem a cura de suas doenças e o fim de suas misérias. É aquela “igrejinha de bairro”, com um pastor que talvez não tenha a eloquência de um apologeta calvinista, mas que ajudou a esposa oprimida que apanhava do marido, e ajudou o marido falido que deixou de gastar seu dinheiro no bar. Que ajudou a adolescente da periferia a não engravidar de um marginal, podendo assim estudar, fazer uma boa faculdade ou até iniciar um pequeno negócio. Que resgatou a dignidade do jovem que não tinha perspectiva, mas agora anda de cabeça erguida, bem vestido, e juntando dinheiro do seu trabalho para visitar nações e fazer missões, e não para consumir um pouquinho de droga na balada de fim de semana. Enquanto milhões de brasileiros entram nas igrejas e começam a sonhar que Deus pode (e pode mesmo!) dar uma casa própria, um bom emprego e um carro, alguns poucos “defensores da fé” vociferam contra os “perigos da prosperidade”, e tentam impedir um dos maiores movimentos de verdadeira geração de riqueza nas classes mais baixas que já houve em nossa nação.
– “Ah, mas essas pessoas estão dando dinheiro às igrejas“… Nos EUA as pessoas costumam admirar quem doa grandes quantias, mas aqui elas são ridicularizadas. Você que critica a mensagem da prosperidade: Já percebeu que ninguém é forçado a dar nada nas igrejas? E que se uma pessoa dá, e continua dando, é porque algum resultado aconteceu na vida dela? Cada um investe seu dinheiro naquilo que acredita, e o simples fato de poder aumentar a generosidade já é um indicativo de que alguém conseguiu aumentar também seus recursos!
O verdadeiro amigo dos pobres é aquele que ama os pobres, mas odeia a pobreza. A verdadeira reforma da sociedade é reforma da natureza do homem através do Evangelho. E o verdadeiro Cristo não é pobre: Ele se FEZ pobre, para que hoje nem eu nem você precisássemos viver na pobreza, dependendo do Estado, do assistencialismo, ou da boa vontade de qualquer herói que não seja o nosso salvador Jesus Cristo. Não estou aqui de forma ingênua dizendo que todo mundo nasce com oportunidades iguais, nem que eu acredito que a meritocracia é totalmente justa. Mas não importa sua condição atual, você pode seguir o conselho que Jó recebeu: “Mas, se você procurar a Deus e implorar junto ao Todo-poderoso, se você for íntegro e puro, ele se levantará agora mesmo em seu favor e o restabelecerá no lugar que por justiça cabe a você. O seu começo parecerá modesto, mas o seu futuro será de grande prosperidade”. Jó 8:5-7.
Prospere, ignore os que vivem de criticar os outros, não tenha medo de gerar riqueza, e aí sim você será um pobre a menos em nosso país, e poderá ensinar outros a conquistar o que você conquistou, porque ninguém pode levar uma pessoa a um lugar que nunca foi.
*”Por “complexo de vira-lata” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima“. Nelson Rodrigues
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